Amálgama Gama

29-04-2010 19:14

Faça uma pausa de um minuto

Faça uma pausa de um minuto

Faça uma pausa de um minuto

 

Eu não te vejo

Eu não te cheiro

Eu não te vejo

Eu não te tenho

 

Eu tenho mil olhos

Eu falo em mil vozes

Exalo dez mil cheiros

Eu sou tudo

Eu sou nada

Eu não sou ninguém

 

Eu vejo mil olhos

Eu ouço mil vozes

Eu sinto mil cheiros

Eu tenho tudo

Não tenho nada

Não tenho ninguém

 

Faça uma pausa de um minuto

Escute o som anacoluto

Faça uma pausa de um minuto.

 

Eu corro devagar

E devagar eu sigo todo mundo

E todo mundo vai

E ninguém chega

Nem chegar

E ninguém chaga

Ninguém jogar

 

Faça uma pausa de um minuto

Escute a voz do absoluto

Faça uma pausa de um minuto

 

Eu tenho mil olhos

Eu tenho mil vozes

Eu tenho mil cheiros

Eu sou vítima do desejo

Eu sou o crime do ensejo

Eu não tenho nada

Eu tenho tudo

Eu desço o degrau

Eu subo a escada.

Eu paro e vejo a estrada

E sigo.

 

Eu sigo todo mundo

Eu vejo todo mundo

E não vejo ninguém

Eu sou atravessado

Pelo vassalo dos olhares

Eu avassalo em mil andares

Eu encalho e sinto cheiros

Eu tenho tudo

Não tenho nada

Não tenho ninguém

Eu sou tudo

Eu não sou nada

Eu não sou ninguém.

 

Eu quero

Me atém

Eu espero

Me aquém

Eu vou

Você vem

Eu fico

Você vai

Eu vôo

Você olha

Eu olho

Você chora

Eu choro

Você cora

Eu coro

Você adora

Eu amo

Você ama

Eu chamo

Você chama

Suor a dois.

Amálgama gama.

 

Eu vejo

Ensejo

Desejo

Aquém

Ninguém.

 

--

Matheus Araujo Vieira 

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